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Especial

As melhores no Brasil em 2023 – Beatriz “biazik” Begnossi (9)

Jogadora mantém consistência desde 2021 com skill afiada

O VALORANT foi responsável por criar uma série de histórias mágicas. No cenário inclusivo, as narrativas são ainda mais ricas. Beatriz “biazik” Begnossi é uma das atletas que conseguiu se firmar no competitivo nos últimos anos. Uma realidade difícil para a maioria das atletas.

Em 2023 ela defendeu o MIBR e, apesar de uma sem grande brilho da organização, ela conseguiu grande destaque. Com isso, ela atingiu a 9ª colocação na lista do VALORANT Zone das melhores no Brasil.

A criança da Zona Leste cresceu nos esportes eletrônicos

A jovem Beatriz levou algum tempo para conceber a ideia de se tornar uma competidora. A trajetória da atleta teve início com sua proximidade com o primo Bruno. Sendo filha única, ela se aproximou dele e se envolveu em várias travessuras na zona leste de São Paulo.

Tudo que ele fazia eu gostava de fazer com ele. A gente jogada video game, jogava bola, essas coisas. Depois que a gente cresceu um pouco ele comprou um computador e baixou o Counter-Strike. Ele me mostrou o jogo, me interessei e roubei o PC. Eu ficava jogando o dia inteiro”, comentou sobre sua infância.

A partir desse momento, a mentalidade de Biazik começou a se transformar. Embora ainda não pensasse em uma carreira profissional, afinal, ela tinha apenas 15 anos, Bia já tinha transformado o CS em um hobby.

Apenas aos 17 anos, já com um computador em casa, ela decidiu procurar outras jogadoras para compartilhar experiências. Foi nesse momento que a mente da atleta se expandiu ao perceber que havia um mundo profissional e mulheres ativas.

Não era bem uma organização, era um fake que o nome era ‘Nem nome Tem’. Essas meninas foram muito importantes pra minha evolução, porque eu não sabia muito do competitivo, então elas me ensinaram tudo”, recordou.

Um ano depois, surgiu a oportunidade de competir profissionalmente pela primeira vez. Mesmo sem experiência, ela se juntou a uma equipe que incluía nomes renomados no cenário feminino, como Natalia “Natii” Ferraz (ex-mibr Girls) e Letícia “lett” Pereira. Apesar de não ter competido contra os principais times da época, Bia considerou a experiência como algo positivo para sua carreira.

Isso, combinado com estudos sobre jogadoras de destaque, como Bruna “Bizinha” Marvila, de quem Bia é grande admiradora, envolveu horas assistindo a transmissões e vídeos no YouTube. Absorvendo uma grande quantidade de informações, seu jogo se desenvolveu rapidamente.

Do direito para o VALORANT

Enquanto estava dando seus primeiros passos no cenário dos esportes eletrônicos, Biazik também estava matriculada na faculdade de direito. Ela admitiu que não tinha afinidade com o curso, mas continuou estudando por três semestres. No entanto, a pandemia acabou mudando esse cenário.

Com as universidades fechadas e sem trabalho, Biazik optou por focar totalmente no VALORANT. A jogadora começou a aprimorar suas habilidades no jogo e decidiu competir nas partidas realizadas no antigo hub da FACEIT. Foi lá que ela conheceu Antônia “antG” Garcia, que se tornaria sua companheira e amiga.

Essas duas jogadoras foram as responsáveis por formar a equipe que eventualmente se tornaria a Vivo Keyd Athenas, anteriormente conhecida como Dream Team. Após algumas tentativas frustradas de montar um time, elas finalmente conseguiram se encaixar com Daniela “Dani” Cristini e Julia “Jules”.

Os altos e baixos de 2021

O quinteto já estava competindo em conjunto e demonstrava uma harmonia notável, apresentando desafios para a equipe Gamelanders Purple durante o Women’s Community Festival. Em seguida, surgiu uma grande oportunidade no Vivo Keyd Girls Championship, que oferecia a chance de um contrato com a organização e prêmios em dinheiro. No entanto, Biazik revelou que a equipe já enfrentava problemas e não estava devidamente preparada para o torneio.

A entrada da Vivo Keyd foi um sonho realizado para Bia, que havia acompanhado a organização com representação feminina no CS:GO anos antes e, agora, aos 21 anos, ela ganhava a oportunidade de estar no mesmo lugar.

Matheus Estevan/Vivo Keyd

Apesar do time ter avançado nas competições, o desempenho não estava à altura das expectativas. No entanto, as coisas começaram a melhorar quando a equipe realizou um bootcamp nas instalações da organização, em São Paulo, proporcionando melhores condições de treinamento.

Após um início promissor no Game Changers Series Brasil 1, a equipe enfrentou uma série de resultados abaixo do esperado, levando a conflitos internos e problemas de desempenho. Isso resultou na saída de Biazik do time devido a desentendimentos.

No entanto, durante seu tempo fora da equipe, Bia aproveitou para aprimorar suas habilidades no jogo e eventualmente retornou à Vivo Keyd como duelista, mostrando um desempenho excepcional com Jett. Ela ajudou a equipe a alcançar a final na terceira seletiva para o Game Changers e continuou a se destacar em outros torneios subsequentes.

Apesar das altas expectativas para o Game Changers 2, a Vivo Keyd acabou sendo eliminada precocemente contra a Stars Horizon. O ano de 2021 terminou com algumas colegas de equipe de Bia sendo liberadas de seus contratos, mas ainda assim, elas conseguiram conquistar o terceiro lugar no Girl Power 3, encerrando o ano de forma positiva.

Expectativas altas mas sem sucesso na Gamelanders

Em 2022, biazik entrou para um grande elenco da Gamelanders. O time era forte e prometia duelar de frente contra a Team Liquid. Porém, a temporada acabou sendo marcada pelo vice-campeonato.

Na minha opinião, a Gamelanders de 2022 foi um dos elencos mais fortes já montados e  acho que faltou mais tempo pro projeto realmente mostrar todo o seu potencial, tínhamos grandes nomes tanto de players como na staff mas demoramos um pouco pra nos adaptar durante o ano e isso é normal já que tínhamos players mudando de função e outras chegando a pouco tempo no Valorant e no FPS”, justificou.

Reprodução/Instagram/biazikfps

2023 é mais um ano de quase

O ano de 2023 começou praticamente da mesma maneira que 2022: biazik em uma nova organização, com novas companheiras, portanto um novo processo. No MIBR, o projeto ainda começou depois do primeiro classificatório para o Game Changers.

Mesmo assim, a primeira conquista veio. A Kabum! Super Stars contou com boas organizações do cenário e na final, bateram a MERAKI por 2 a 1. No mesmo período a equipe conseguiu garantir sua vaga no Game Changers.

Na primeira edição do Game Changers, a estreia foi de cara contra a Team Liquid. No difícil confronto, o MIBR perdeu por 2 a 0 e já caiu para a chave dos perdedores. Apesar disso, a equipe não sentiu e fez uma grande campanha. Um dos melhores confrontos foi contra a Black Dragons. A partida foi decidida somente após uma prorrogação, com a BD saindo vitoriosa.

Ficou aquele gostinho de que poderíamos ter ido mais longe até porque o último mapa foi um O.T super pegado, naquele jogo acho que deixamos o medo de perder ser maior do que a vontade de ganhar, jogamos com muito medo de não dar certo as coisas, acho que faltou um pouco de confiança pra gente ganhar aquela série”, comentou biazik.

Cesar Galeão/Riot Games

O segundo semestre prometia ser ainda melhor, com o MIBR ganhando entrosamento. Como esperado, o time garantiu sua vaga no Game Changers 2 e novamente podendo chegar próximo das adversárias.

No segundo Game Changers existia de uma expectativa para melhorar a performance em relação ao primeiro. Porém, o MIBR repetiu o desempenho ficando em quarto lugar. A diferença é que ficou evidente com Legacy, LOUD e Liquid muito acima das adversárias.

A Legacy, Loud e Liquid desenvolveram uma base mais sólida e entrosada do que a gente, além de se sobressair taticamente e terem tomadas de decisões melhores em determinadas situações”, explicou.

Cesar Galeão/Riot Games

A derrota sacramentou o fim da temporada para o MIBR. biazik e outras jogadoras do cenário aproveitaram o momento para disputar competições off-season em equipes fakes.

Acho que é muito legal jogar esses campeonatos off season mesmo em fake pra não perder o ritmo, esse ano acabou cedo pro competitivo então acho que aproveitar a oportunidade para manter o ritmo, aprender novas funções e conhecer pessoas novas”, comentou.

Iniciadora com muita skill

Atualmente é comum dizer que é mais fácil transformar um jogador com muita skill em um bom agente que o contrário. Biazik já fazia isso desde 2021. Deixou de ser dualista para se tornar iniciadora, mantendo a mira afiada, mas agregando para a equipe com as habilidades de Sova e Skye.

Em 2023, bia atingiu um ACS de 222, com um K/D de 1.07. Além disso, confirmando as boas participações nos confrontos, biazik atingiu um ADR de 145.9 e um KAST de 73%

Arte/VALORANT Zone

Acho que a forma como virei iniciadora me ajudou a ter meu próprio estilo de jogo na função, eu era duelista e virei iniciadora então eu tentei mesclar um pouco dos dois e fazer funcionar, e mesmo sendo iniciadora eu sempre tento ser uma playmaker”, comentou.

biazik ainda provou que conseguiu evoluir ao longo da carreira. Para isso, ela contou com apoio de companheiras e treinadores.

Acho que eu aprendi muito com as pessoas e isso foi muito importante pra minha evolução em game e pra minha carreira, na Vivo Keyd foi o meu primeiro ano competitivo e eu tinha ideias muito erradas sobre as coisas, achava que só ter mira era o suficiente. Mas quando fui pra Gamelanders eu realmente aprendi o significado de competir e ser profissional, aprendi muita coisa sobre o jogo com o Fame que era um ótimo coach e ajudou muito todas nós a evoluirmos como players, e também a Bebesita que era muito inovadora e com ela aprendi a pensar mais fora da ‘caixa’. Acho que evolui muito na questão de funções também, hoje em dia me adapto muito fácil nas funções e dentro de jogo me tornei muito mais proativa”, disso.

Esperança em um cenário incerto de 2024

Todos sabem que o tier do misto e o cenário inclusivo de VALORANT vive um momento de incertezas por conta de mudanças realizadas pela Riot Games. Mesmo assim, biazik ainda tem esperanças do sistema melhorar.

Vou seguir confiando que as coisas vão melhorar, infelizmente o cenário está muito difícil tanto pro inclusivo como pro misto, espero que a Riot tenha um plano que funcione ou o Valorant no Brasil vai acabar”, desabafou.

Mesmo assim, ela seguirá treinando e se preparando para uma nova oportunidade.

Meus planos são seguir jogando e dando meu melhor onde quer que for, espero encontrar logo um time para representar e poder repassar e aprender novas experiências”, explicou.

Bold predction

biazik destacou que o cenário inclusivo está crescendo e várias jovens atletas estão surgindo no cenário.

Tem pessoas muito boas aparecendo como a “waved”, “natasha05” e a “freya”, e também tem as que tiveram uma breve experiência competitiva como a jenniffer e a maze, acredito que com um bom time tem tudo para serem novas revelações”, disse.

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